Quem sou eu

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Não consigo me definir em palavras - embora eu tente constantemente - estudante de marketing, sou apaixonada por literatura, poesias épicas e tenho um certo afeto pelo tema amor...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Eu vi...



           O mundo gira da voltas, e a gente nem percebe que o tempo passou e continuamos no mesmo lugar. Os dias passaram, o sol brilhou, a chuva caiu com amargura pra no dia seguinte o sol voltar a estampar uma alegria inconfundível de conto de fadas.

            Mas eu vi tantas coisas nessas voltas que a vida deu. Eu vi amigos tornarem-se estranhos. Vi amores se perderem com o tempo. Vi crianças tornarem-se adultos não se forma natural – mas por imposição da vida. Vi idosos relembrando suas vidas alegres, mas tendo de lamentar um futuro certo e nem um pouco otimista que os aguardava, muitos desistiram de viver e definharam... E ainda outros ficaram sozinhos sem nenhum tipo de compaixão, desejando aquilo que não lhes era permitido. Vi pessoas chorarem sobre caixões lacrados. Vi pais enlouquecerem com a perda dos filhos. Vi famílias serem desfeitas por intromissão de terceiros dentro de um casamento. Vi a alma das crianças abandonadas nas ruas passando frio, fome... Eu senti o desespero delas, e as suas almas... Elas queimavam. Vi a indiferença da classe A. Vi pessoas comemorarem datas fúteis e fazerem promessas de vidas melhores e mais confortáveis, desejarem felicidade e fazerem votos para que os sonhos se tornem realidade... Mas enquanto faziam isso, não muito distante daqueles bairros chiques e seguros, há poucas quadras de toda aquela felicidade aguda e sem sentido, vi crianças deixando a vida... Vi crianças cujo único sonho era um prato de comida. Sonho esse que era a realidade diária de tantos outros. Vi crianças tendo crianças e uma sociedade liberal que aceitava com naturalidade. Vi filhos sofrerem por crescerem sem um pai e vi mães que não se importavam com isso... Não se importavam com nada.

            E ai então eu vi o coração do mundo. E eu vi a sombra que se instalava ao redor dele. Vi governos falarem de copa e carnaval, enquanto o submundo das drogas atraia cada vez mais vítimas. Eu vi novelas defenderem a traição e vi programas de televisão promoverem a cultura da bunda, insultando o caráter e a honra do ser humano. E o pior, eu vi pessoas vibrarem com tais programas... Eu vi pessoas adularem toda essa sujeira e esperarem ansiosamente pelo próximo capítulo. Porque sejamos sinceros, no mundo hoje é mais fácil posar nu do que ter um pingo de inteligência.

            Mas de tudo o que eu vi o que mais doeu foi ver todas essas coisas e perceber que só eu via... Porque para o mundo isso se tornou normal, se tornou aceitável. O mundo se tornou hipócrita e desumano. Eu tentei fechar os olhos, eu tentei escapar, mas não pude... Só o que me restou fazer foi derramar uma lágrima no meio de toda essa sujeira e fazer um apelo por um mundo melhor.

domingo, 5 de agosto de 2012

Que a Noite Seja Longa...


                    
                  Hoje eu queria uma xícara de chocolate quente, um pedaço generoso de bolo de chocolate com castanha e se tiver como, uns docinhos pra viagem. Hoje eu quero comer por luxúria, por prazer... Hoje eu quero sentar em uma praça e ver a lua brilhando tão intensamente e imaginando o que haveria por de trás de tanto brilho e de tanta beleza. Hoje eu não quero ter hora pra chegar em casa, eu quero sair pra dançar a noite inteira e quando os meus pés começarem a doer, eu quero tirar os sapatos e descer do salto pra continuar a festa... Porque eu não sou do tipo conservadora que acredita que uma mulher nunca desce do salto... Se for em uma festa eu não vou pensar duas vezes. Hoje eu quero me arriscar a subir em uma torre bem alta e dizer pro mundo inteiro ouvir – e quando eu digo o mundo inteiro, eu espero que você esteja em algum prédio bem alto, para que você possa ouvir – que vou gritar o quanto eu sou feliz! Hoje eu não quero as correntes da sociedade me prendendo, hoje eu quero me sentir livre e fazer o que eu quiser, sem me preocupar com a forma como minhas atitudes vão refletir e muito menos com o que outros vão pensar. Hoje eu quero rir como se não houvesse o amanhã, sem preocupações ou presa. Hoje eu quero tomar um drink em uma esquina qualquer pra ter corajem de dizer pra todos aqueles que não gostam de mim, que o sentimento é recíproco, pra dizer pra todo mundo que eu realmente não ligo! Hoje eu quero me juntar com os amigos que partilharam tantos momentos comigo... Os antigos na vida e os que acabaram de cruzar o meu caminho... Eu quero todos juntos quando eu disser que os amigos são a família que nos permitem escolher. Hoje eu quero fechar os meus olhos e ver o mundo tão grande que eu conheço ir diminuindo gradativamente até ficar do tamanho de uma cabeça de alfinete. Hoje eu quero dizer pra você que eu estou absolutamente bem... Que eu estou feliz do jeito que eu sou... Que eu estou feliz com você! Hoje eu resolvi me aceitar de uma forma como eu nunca havia feito, de uma forma maravilhosamente boa. Hoje eu me sinto completa.
                Se hoje eu estou aqui foi por minhas próprias forcas, mas eu não posso desconsiderar o papel fundamental que você teve... Eu agradeço por cada sorriso que você me deu, por cada discussão boba que me fizeram amadurecer, e que no fim sempre acabavam com os seus lábios junto aos meus e a pulsação forte do seu coração aquecendo todo o meu corpo. Hoje eu agradeço por cada palavra que você me disse. Por acreditar em mim em um momento que nem eu mesma acreditava. Hoje eu te agradeço por não desistir tão facilmente... Por me abraçar todas as vezes que você chegava e eu estava de moletom, meia e chinelo... E mesmo assim você me beijava e dizia o quanto eu estava linda. Hoje eu não tenho palavras pra explicar o bem que você me faz...
                Então eu espero que essa noite seja longa o suficiente pra acolher todas as minhas vontades e te trazer pra mim a tempo de te dizer: Eu te amo. Que a noite seja eterna, que nossos sonhos se realizem e que você esteja sempre ao meu lado...  Como esteve até agora. Que o brilho da lua perdure por muito tempo... Por noites e noites, daqui até a eternidade, e que assim todos saibam o quanto eu amo estar com você!

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Dias...

                 Tem dias que eu acordo com uma vontade enorme de ter vontade. De viajar pra bem longe, curtir a estrada, apreciar o verde e a natureza. Tem dias que eu acordo com vontade de simplesmente me enrolar em um cobertor, sentar no sofá com uma xícara de chocolate quente nas mãos e passar o dia assistindo filmes que me fazem chorar. Tem dias que eu acordo estressada, com vontade de sair correndo e quem sabe encontrar um amigo numa esquina qualquer. Tem dias que eu acordo com uma angústia danada, aquela que te faz querer sair pra qualquer lugar, comer um pedaço de bolo em uma padaria bem chique sem nem se importar em engordar. Mas tem dias que eu acordo com um espírito de dieta, me recuso a comer qualquer doce simplesmente por vaidade, e decido que uma saladinha é a melhor opção. Tem dias que eu acordo com vontade de sorrir, eu acho que tudo pode ser diferente e que os meus problemas não são assim tão difíceis de resolver... São nesses dias que eu costumo encontrar uma solução plausível pra tudo o que antes eu achava não ter solução.
                De todos esses dias, eu também arrumo tempo pra pensar em amor, pra pensar no quanto eu amo o significado dessa palavra e no quanto ela me define. A coisa mais triste pra mim é ouvir uma pessoa dizer que não acredita no amor, que amar é uma coisa boba de criança. É mentira! Eu sei você sabe e no fundo a pessoa que disse isso também sabe. O amor existe sim, na sua forma mais profunda e imensamente encantada... O problema mesmo é que são poucos que conseguem encontrá-lo... Mas não diga jamais que amor não existe. Negar amor é como negar o seu próprio eu. Quer ver...  Do que é feito? Carne, ossos, sentimentos e amor. Assim que se nasce o ser humano já sabe que mãe e pai são aqueles que se deve amar, e já sabe também que se algo acontecer eles estarão lá. Viu só como amar está na sua própria natureza.
                Eu acho que toda história de amor deveria começar com: “Era uma vez...” e terminar com “E viveram felizes para sempre.” E ponto final - sem reticências - caso o contrário a história poderia mudar de rumo e o felizes para sempre não aconteceria. Eu conheci uma garota uma vez que me disse algo que eu fiquei pensando... “Você não tem medo de olhar pra trás um dia e perceber que você não é feliz... Perceber que você deixou passar todas as oportunidades de agarrar a felicidade que batia bem ali na sua porta?” Isso me fez pensar. Acho que no fundo no fundo, todos tem esse medo... Alguns só pensam mais nele do que outros. E ai aquela pessoa que um dia ela amou resolveu aparecer de novo na vida dela... Resolveu dizer que a amava e que nunca havia desistido dela, e ela me contou então que ficou simplesmente sem palavras ou ação... Apenas se fez essa pergunta. Eu refleti sobre isso e cheguei à conclusão de que talvez ele realmente tenha visto tudo o que ele perdeu, mas provavelmente fosse tarde demais. Se ele tivesse feito de tudo mesmo pra tê-la conquistado, se ele tivesse feito às coisas serem diferentes, eles estariam juntos e enfim a felicidade seria absoluta. Mas ele não fez.
Mas agora eu te pergunto: Quem estipulou um prazo na vida pra dizer que é tarde demais para ser feliz?!
Tem dias que eu acordo com uma vontade enorme de ter vontade... E tem dias que eu ainda acordo pensando na pergunta que uma vez essa garota me fez... E eu sempre chego à conclusão que é melhor não pensar nisso, deixar que a vida me dê um dia à resposta. E você? Não tem medo de olhar pra trás?

sábado, 12 de maio de 2012

O Tempo Passa...

    O tempo passa, as coisas mudam e a gente só se dá conta quando aquilo que julgamos importante passa a não ter valor. Quando aquela paixão que você teve na infância, já não é mais tão importante... E aquela pessoa que você pensou que morreria se não a tivesse ao seu lado, se foi... E você não morreu. Aquela amizade que você cultivou tão arduamente por anos, já não faz mais sentido, e a frase: “Eu te amo”, foi dita da boca pra fora. Palavras jogadas ao vento.
                Mas o tempo passa, e as coisas necessariamente não precisam mudar pra pior. Às vezes a vida dá uma reviravolta tão grande dentro de uma montanha russa imaginária que se mudam os conceitos, e aquilo que julgávamos errado, já não é mais tão errado assim. A ideia de se apaixonar por outra pessoa já não é mais inaceitável. Veja bem, se mantém o pensamento original de se viver com um alguém para alcançar o “felizes para sempre”... Só o que muda é o indivíduo. Em outro aspecto, anteriormente parecia tão estranhamente errada a ideia de se separar de um amigo. Hoje, isso já foi aceito e de certa forma esquecido. Significa, porém que as pessoas não são sinceras naquilo que dizem? Não necessariamente. Eu ainda amo a lembrança de tudo o que um dia eu tive, mas eu resolvi que amar o hoje é melhor do que amar o ontem. Eu não posso viver presa em uma lembrança boa que tive e esquecer-se de olhar à frente e abrir os braços para lembranças que acontecem hoje – no agora – e lembranças que ainda virão.
                Antes eu escrevia para uma determinada pessoa, um determinado grupo ou uma determinada assistência... Hoje o meu texto é para um público mais eclético. Embora eu talvez nunca pare de escrever sobre amor, hoje eu sei que o amor que eu sinto é mais calmo, sereno, mais bem estruturado e melhor adequado ao contexto. EU aprendi que eu não preciso receber amor à todo momento, eu mesma me completo e satisfaço todos os meus caprichos... Hoje eu sou um pouco mais madura e imensamente mais feliz. Porque embora amigos queridos tenham se tornado completos estranhos que talvez daqui a 5 ou 10 anos eu encontre pela rua e faca um breve aceno com a mão, eu sei que tudo o que vivi foi real. Eu sei que fiz o máximo para viver intensamente e aproveitar cada pedaço de uma história que eu estou apenas começando a ler as primeiras páginas... Uma história chamada: Vida!

sexta-feira, 30 de março de 2012

Sem Guerras, não há Paz...


                 O mundo pode acabar hoje, que ela sinceramente não iria se importar. Porque há dias ela come mal, dorme mal, passa as noites acordada esperando a merda de um milagre qualquer acontecer. Ela fica pensando na sua vida e no que está fazendo com ela... Ela se pergunta se fez a escolha certa, se escolher entre a paz e o amor foi à decisão mais sábia a se tomar. Ela se pergunta se um dia vai ser feliz e se vai chegar a amar alguém com tanta intensidade e com tanta loucura quanto um dia ela o amou. Será? Na verdade ela já nem sabe... Ela ficou deitada na cama a noite toda pensando em mil e uma formas de tentar fazer dar certo, e quando ela não achou nenhuma parou de tentar forçar e resolveu aceitar a realidade... Ela levantou e se dirigiu até o sofá, sentou no mesmo e ficou parada estática durante minutos que mais pareceram horas e de repente tudo se iluminou e ela de certa forma encontrou uma solução. Não que ela considerasse a melhor, mas ela estava tão desesperada e com tanto medo que aquela foi à única opção que encontrou. Eu não quero que você imagine que ela era louca ou que ela não sabia o que era amar, porque acredite, ela sabia sim... E ela já havia sofrido tanto por isso. No passado ela ia dormir todas as noites pedindo a Deus para não abrir os olhos na manhã seguinte, simplesmente porque ela não tinha motivos o suficiente para acordar... Porque ele não estaria lá e ela teria de encarar a vida fútil e triste que ela se encontrava, ela teria de fingir pra todo mundo que ela estava bem, porque ela escolheu a paz em lugar do amor. Talvez você pense que no lugar dela você teria feito diferente, não teria escolhido a paz, porque o amor é o que há de mais puro no mundo... Mas ela realmente não teve escolha e mesmo hoje, anos depois de ele ter ido embora, ela ainda não se curou totalmente, ela inda dorme mal e ela vez por outra deseja não acordar... Simplesmente por falta de motivos válidos que a levem a querer encarar a vida e ter esperança.
                Ela não sabe até hoje se superou por completo o que houve ou não. Ela não sabe se culpa os outros por se envolverem na sua vida de tal forma e a forçarem a tomar uma decisão tão difícil quanto essa, quer dizer que tipo de direito eles tinham para a forçarem a fazer algo que ela não queria fazer? Ela fica se perguntando se hoje, eles sabendo todo o mal que causaram nela, se eles teriam coragem de forçá-la a fazer a mesma coisa de novo... Na verdade, acho que até hoje eles não tem consciência do mal que causarem nela. Mas a realidade é que ela também é culpada pela sua infelicidade genuína. Foi ela quem escolheu o caminho mais fácil, o mais cômodo, foi ela quem abriu mão do amor como forma de apaziguar a situação e foi ela a única pessoa que sofreu com isso. Sim, grande parte desse conflito em que ela se encontrava era culpa exclusiva dela, o que aumentava ainda mais a sua dor. E os anos foram passando e não importava o quanto os outros dissessem que o tempo cura tudo, porque na verdade o tempo não cura nada, ele apenas tira da evidência aquilo que não queremos lembrar, mas nós não esquecemos... Apenas deixamos guardado em uma parte isolada do cérebro que vez por outra ainda lembramos. E pra ela já havia se tornado perturbador demais conseguir viver lembrando-se dessa infelicidade. Até quando? Doía tanto... Doía cada dia mais, a cada minuto que se passava ela morria aos pouquinhos... Um pedaço de cada vez ela ia se desfazendo, se transformando em algo que nem ela sabia o que era. Ela havia tentado ser forte durante todo esse tempo e sem sucesso eu diria.
                O amor não é algo bonito que se possa sentir orgulho, o amor dói o amor causa lágrimas que não cessam, causa tristeza excessiva e causa ainda mais, uma angústia incontestável. É vontade de não levantar da cama, de não sorrir, simplesmente porque não se tem motivos. É vontade de ter de volta tudo aquilo que se perdeu. Mas o amor também é esperança... Esperança de melhoria, de que as coisas se ajeitem gradativamente, que ela encontre um motivo pequeno, nem que seja uma simples brisa que aponte um caminho a seguir, esperança é o que a mantém viva todos os dias. E ela vai continuar assim: com medo, com raiva, culpada e despedaçada. Até quando? Isso, eu realmente não sei.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Qualquer Idioma


                Eu poderia parar de escrever esse clichê sobre um coração partido ou sobre desilusões. Eu poderia escrever apenas coisas legais sobre como eu superei tudo e sobre como eu estou muito melhor assim, mais feliz. Mas ai então eu teria de parar com a minha mania insistente de melodrama. Eu teria de parar de me colocar no lugar das pessoas para escrever, e eu teria acima de tudo de me perdoar. Perdão? Sim, perdão. Ele deveria começar por mim, porque a única pessoa que tem poder para me deixar triste sou eu mesma não é? Essa é a regra. Melhor se arrepender de algo que fez, do que de algo que não fez. Errado! O melhor mesmo seria não se arrepender de nada, porque arrependimentos nos levam a querer voltar no tempo, o que é impossível, o que nos leva a uma crise de consciência e então a tristeza de não poder mudar. Tá vendo só como o perdão deve partir de mim. Eu preciso me curar... Fazer cicatrizar todas as feridas que eu mesma abri com o passar dos anos... Aquelas feridas que já cicatrizaram por fora, mas que por dentro elas ainda estão inteiramente abertas. Eu preciso ter mais amor próprio e mais confiança em mim mesma e em outros. Isso envolve autocontrole também.
                Eu tenho o costume de querer controlar a situação ao meu redor, eu não me dou por feliz apenas em ficar como espectadora... Eu abraço os problemas, mesmo que não sejam meus... E eu quero solucioná-los. Mas nem sempre é possível. Tá vendo só como eu machuco a mim mesma? Dói ver uma pessoa amada ir por um caminho sem volta e não poder fazer nada, a não ser avisá-la. Eu fiquei pensando, como eu posso então querer escrever sobre como eu estou melhor, se eu realmente não estou? A quem eu estou enganando? A mim mesma, eu diria. Eu estou tentando camuflar uma deficiência que eu tenho, eu estou tentando mostrar que não doeu nada e que não me machucou... Mas é mentira, você sabe. Você, eu não me refiro exatamente a uma pessoa em especial, você que eu digo pode se dirigir a qualquer pessoa: Você, ele, ela, nós ou eu. Eu chorava de forma tão sofrida sem nem saber o motivo, e era isso que me dava certa vontade de escrever e por pra fora tudo aquilo que doía de antes, de durante e de depois. Mas eu percebi que eu não poderia continuar assim, eu precisava me curar... Dar-me mais carinho e mais dedicação. Eu não posso esperar que um alguém faça isso por mim, eu não posso exigir de quem eu amo uma coisa que não está ao alcance dele me dar, se eu o fizesse eu estaria fazendo com que ele também se machucasse. Entende a lógica? Ver quem você se importa mal e estar com as mãos atadas machuca. Isso eu não quero. Eu quero uma felicidade plena e legítima, eu quero poder sentir que sou amada pelo que eu sou e não por uma carência minha. No fim de semana ouvi um discurso que dizia mais ou menos assim: Não importa qual língua você fale, não importa a sua cultura... Eu posso sorrir em qualquer idioma, e sem sotaque. Entende o que eu digo? É isso o que nos torna humanos, podermos fazer coisas simplesmente fantásticas uns pelos outros e por nós mesmos. Cansei de pensar em como vai ser daqui pra frente, cansei de tentar curar feridas abertas e cansei de me importar com o que não tem importância. Agora, mais do que nunca, eu preciso me perdoar por tudo que eu fiz a mim mesma, eu preciso estar bem pra daí então distribuir amor... E quando eu olhar pra você, você saberá que eu estou bem, que eu me curei, e eu vou sorrir pra você em qualquer idioma, e você entenderá o quanto eu te amo.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Aquela Noite...



                Naquela noite eu fui dormir chorando. Você deveria ter me perguntado o porquê às lágrimas escoriam por meu rosto, mas você não o fez. Você deveria perguntar se havia algo que você pudesse fazer, mas você evitou. Naquela noite... Enquanto eu chorava, você entrou no quarto, foi até o banheiro, levou a água ao rosto como quem faz isso não de uma forma natural ou consciente, mas de forma metódica e tediosa. Você saiu do banheiro olhou nos meus olhos que há essa hora estavam marejados de lágrimas, pegou seu travesseiro, um cobertor e disse: “Vou estar lá embaixo assistindo o jogo.” E assim você se foi. E assim eu me fui, e o meu carinho por você se foi... E como era de se esperar o meu amor pegou carona no embalo que você estava e também se foi.
                Naquela exata fração de segundos eu não saberia dizer ao certo o que eu senti – sentimentos fortes – mas esses envolviam tantas coisas... Raiva, de você por ser um completo idiota e de mim por ter aturado tudo o que você fez, todo o seu desprezo e falta de atenção. Frustração, por após tanto tempo descobrir da pior forma possível que você não me merecia... De verdade. Tristeza, por ver que enquanto eu me importava e me desdobrava em duas pra ver você bem, você ao contrário, não fazia a menor questão de me ver sorrir. Amor próprio, eu decidi que você não era o homem pra mim, que eu não merecia chorar por um alguém que não valia à pena. Depois que esses segundos, que mais pareceram horas, se passaram... Eu respirei fundo e tomei uma decisão que eu já deveria ter tomado há muito tempo atrás. Eu fiquei sentada por mais trinta ou quarenta minutos pensando exatamente no que me prendia a você ainda, e eu vi que não havia sequer um motivo. Eu percebi que nós não tínhamos absolutamente nada em comum mesmo, era só a minha vontade de fazer dar certo que me unia a você, e você se aproveitava, pois era cômodo! Mas eu só percebi isso quando meus objetivos pro futuro ficaram claros... Enquanto os seus eram tão nublados. Eu queria uma família, eu queria um amor de uma vida inteira, eu queria um eu te amo diário no café da manhã e eu queria envelhecer ao lado de uma só pessoa. Mas você não. Digamos que você queria completamente o oposto, eu só estava cega demais para enxergar. Eram pequenas coisas, que agora eu notava que estavam tão nítidas. Era sempre eu quem te abraçava, era sempre eu quem perguntava como foi o seu dia, você o fazia por educação em seguida. Era eu quem me importava se você estava bem ou precisava de algo... Era eu quem segurava sua mão se você caísse, mas eu percebi que se eu caísse, não haveria ninguém pra me levantar se dependesse de você. Eu nunca pedi nada em troca, eu sempre amei sem reservas e incondicionalmente, mas é como minha mãe diz: “Amar sozinha não da certo!” E foi exatamente por hoje, pela sua atitude de me deixar sozinha que tudo isso veio á tona, foi o seu desleixo que me deixou ver o que antes eu não queria enxergar.
                Levantei da cama e fiz o mesmo procedimento mecânico que você fez ao entrar no banheiro, lavei o rosto de forma habitual e sem sentimentos. Peguei a mala em cima do guarda roupa e coloquei nela tudo o que eu achava que seria importante dali pra frente: Livros, roupas específicas, anotações pessoais, algum dinheiro e por fim uma foto... Uma única foto sua, pra eu me lembrar de nunca mais me ferir. Fechei a mala e com ela eu fechei tudo o que um dia eu passei com você. Desci as escadas com o barulho da mala arrastando no chão frio. Olhei pra você com um olhar que você nunca pensou que eu seria capaz: pena. Eu vi em você tudo o que eu não queria pra mim, tudo o que eu desprezava e sentia apatia. Você me olhou com um olhar difícil de descrever... Era insegurança, descrença, medo? Eu não sei. Mas você só me olhou... Não disse uma só palavra, talvez, porque você sabia que uma hora isso aconteceria. Eu não desviei o olhar nem por um segundo. Queria que você me visse ir embora com a cabeça erguida. Fui até a porta e apenas disse: “Vou passar um tempo fora, quando voltar, quero você longe da minha vida.” Me dirigi até o meu carro estacionado na garagem, abri o portão e dirigi sem ter uma certeza exata de onde ir. Apenas dirigi... Sem rumo. Senti-me leve, livre e feliz... Tão feliz quanto eu não me sentia havia alguns anos. Eu estava protegida... Eu tinha criado uma armadura em mim que me protegeria da sua indiferença, e eu poderia me cuidar melhor... Ter mais amor próprio. Eu ficaria bem...